Um registro policial datado de 26 de março de 1845 revela que a escrava Maria de Moçambique denunciou seu proprietário por estupro em Barra Mansa. Ela acusa o fazendeiro Manoel José, conhecido como Mandú, seu proprietário, de estupro. Esta seria a primeira queixa feita por uma mulher, de que se tem notícia no município de Barra Mansa. Não se sabe, porém, que fim levou a denúncia, se houve ou não investigação e prisão do senhor.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A nova mulher e a moral sexual

"É importante considerar que as relações de produção, que durante tantos séculos mantiveram a mulher trancada em casa e submetida ao marido, que a sustentava, são as mesmas que, ao arrancar as correntes enferrujadas que a aprisionavam, impelem a mulher frágil e inadaptada à luta do cotidiano e a submetem à dependência econômica do capital. A mulher ameaçada de perder toda a assistência, diante do temor de padecer privações e fome, vê-se obrigada a aprender a se manter sozinha, sem o apoio do pai ou do marido.


A mulher defronta-se com o problema de adaptar-se rapidamente às novas condições de sua existência, e tem que rever imediatamente as verdades morais que herdou de suas avós. Dá-se conta, com assombro, da total inutilidade do equipamento moral com que a educaram para percorrer o caminho da vida. As virtudes femininas - passividade, submissão, doçura - que lhe foram inculcadas durante séculos tornam-se agora completamente supérfluas, inúteis e prejudiciais.



A dura realidade exige outras qualidades nas mulheres trabalhadoras. Precisa agora de firmeza, decisão e energia, isto é, aquelas virtudes que eram considaradas como "propridade" exclusiva dos homens.


Nessa urgência em adaptar-se às novas condições de sua existência, a mulher se apodera e assimila as verdades, propriamente masculinas, frequentemente sem submetê-las a nenhuma crítica, e que, se examinadas mais detalhadamente, são apenas verdades para alguns."


Esse trecho faz parte do ensaio que reúne trabalhos de Alexandra Kolontai: A nova mulher e a moral sexual foi escrito em 1918 e constitui uma crítica à posição da mulher na sociedade da época, mas que torna-se atual ao assumir que uma nova mulher surgiu com o desenvolvimento econômico, e, o lado positivo dessa mudança foi o fato de que a mulher deixou de viver somente para o espaço privado e tomou posse do público, resistindo, lutando e criando condições de libertação.



Essa livro é da Editora Expressão Popular podendo ser adquirido pelo telefone: (24) 88189278 - Havila Representações

Nenhum comentário:

Postar um comentário